O movimento segue nesta terça-feira (1º) com novo protesto e concentração em locais estratégicos
Cerca de 1,5 mil entregadores de Cuiabá e Várzea Grande participaram, nesta segunda-feira (31), do primeiro dia do breque local, uma paralisação de dois dias em defesa de melhor remuneração e condições de trabalho. O movimento, que ocorre simultaneamente em 60 cidades do país, segue até esta terça-feira (1º), com manifestações organizadas em diversos pontos das duas cidades.
A principal reivindicação é o reajuste da taxa mínima por corrida para R$ 10. A greve tem como alvo o iFood, mas também se estende a outros aplicativos de entrega, como Uber Flash e 99 Entrega. Em Cuiabá, os manifestantes iniciaram o protesto na guarita da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e seguiram em motociata até o Shopping de Várzea Grande. No retorno à capital, a concentração se manteve na lateral do Shopping Pantanal até o fim da tarde.
O presidente da Associação de Entregadores de Aplicativo, João Gabriel Patriota Muniz, afirmou que a categoria realizou um ataque virtual à plataforma do iFood, utilizando simultaneamente o campo de avaliação do aplicativo, o que causou um bloqueio momentâneo. Ele destacou que o protesto é pacífico e busca justiça para os trabalhadores, que há três anos não têm reajuste na taxa mínima de R$ 6,50, arcando sozinhos com os custos de gasolina, manutenção dos veículos e enfrentando riscos diários sem apoio das empresas.
Segundo João, ofícios foram enviados à Secretaria de Mobilidade Urbana de Cuiabá (Semob) e à Guarda Municipal de Várzea Grande para informar o itinerário do protesto. Ele garantiu que a manifestação foi planejada para evitar transtornos no trânsito e não obstruir vias.
Entre os consumidores, há apoio à paralisação. A dona de casa Joana Santos, de 62 anos, que faz pedidos diários por aplicativo, considera a mobilização legítima. “Trabalhar nesse calor e com o combustível subindo quase toda semana não é fácil. Eles estão certos em reivindicar, e os empresários precisam entender isso”, afirmou.
Opinião semelhante tem Josué Santana, de 66 anos, que costuma comprar lanches por delivery. “Eles enfrentam sol e chuva, além do trânsito que só piora. Nada mais justo do que lutarem por melhores condições de trabalho e um reajuste na taxa, mesmo que isso acabe refletindo no preço do serviço”, avaliou.
A mobilização continuará nesta terça-feira (1º), com novas concentrações e motociatas pelas principais ruas e avenidas de Cuiabá e Várzea Grande.