Negócios que ajudam a fechar as contas do mês, que servem de terapia, que são o sustento da família e que sempre têm para compartilhar, aprender e sonhar
Várzea Grande foi palco de uma celebração inspiradora de força, empreendedorismo e resiliência no último sábado (29), com o encerramento do projeto “VG com Elas – Várzea Grande para Grandes Mulheres”. Durante todo o mês, debates e ações voltadas às mulheres fortaleceram a rede de apoio e, na última edição, a “Feira VG com Elas” destacou o talento e a determinação de empreendedoras que transformaram desafios em oportunidades.
Entre os relatos emocionantes, Nair Machado comemorou a chance de vender seus pastéis e sucos para complementar a renda familiar. “Os preços estão cada dia mais altos, então eventos como esse são fundamentais para nós, mulheres empreendedoras. Hoje, vendi 150 pastéis. Sem esse dinheiro extra, seria muito difícil passar o mês”, relatou. Da mesma forma, Maria Lúcia, vendedora de comidas típicas, celebrou o impacto positivo da feira em suas vendas e na divulgação do seu trabalho.
Para Valdinéia Alves dos Santos, a produção de pães de mel foi a chave para criar os filhos como mãe solteira e financiar sua formação acadêmica. “Hoje sou professora e faço mestrado, mas continuo vendendo meus doces porque eles ainda são parte essencial da minha trajetória”. Já Mel Volcker encontrou nas bonecas de pano um caminho para empreender e preservar uma tradição. “Cada boneca que faço é um pedaço de mim”, afirmou, emocionada.
Dourifran Chagas Costa, que herdou do pai a arte de produzir vasos de cimento e reaproveitar troncos e raízes, teve a oportunidade de expor seu trabalho pela primeira vez. “Espero que venham mais eventos como este”, disse. Em meio à pandemia, as cunhadas Thaíssa Stropa e Danitieli Cordeiro criaram uma loja de roupas infantis on-line. “Eu tenho uma filha com deficiência e precisava de tempo para cuidar dela. Esse negócio me proporcionou isso, mas enfrentamos muitas dificuldades. Eventos como este são essenciais, pois aprendemos e nos fortalecemos juntas”, contou Danitieli.
O artesanato também foi um refúgio para Maria Medeiros, que, após perder a filha, encontrou nos chinelos decorados uma forma de seguir em frente. “Isso me sustentou emocionalmente e me ajudou a ficar de pé novamente”.
Sônia Mazetto, integrante da BPW Brasil Várzea Grande e do Conselho dos Direitos das Mulheres, destacou o impacto do evento e a mobilização inédita na cidade. “Pela primeira vez, Várzea Grande foi um verdadeiro palco para as mulheres. Esse movimento merece o nome que tem: ‘VG com Elas'”.



