Dívida bruta está em 76,2% do PIB
As contas públicas do Brasil fecharam fevereiro com déficit primário de R$ 18,973 bilhões, segundo dados divulgados nesta terça-feira (8) pelo Banco Central. O número representa uma melhora significativa em relação ao mesmo mês de 2024, quando o saldo negativo foi de R$ 48,692 bilhões. O déficit primário considera o resultado entre receitas e despesas, excluindo o pagamento dos juros da dívida pública.
A melhora no resultado se deve principalmente à recuperação das contas do Governo Central — que reúne Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social — mesmo ainda operando no vermelho. Houve aumento nas receitas e uma redução nas despesas, contribuindo para a redução do déficit, que caiu de R$ 57,821 bilhões em fevereiro de 2024 para R$ 28,517 bilhões em 2025.
Governos estaduais e municipais também ajudaram a aliviar o resultado do setor público consolidado, com superávit de R$ 9,244 bilhões no mês. As empresas estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras, registraram resultado positivo de R$ 299 milhões, revertendo o déficit de R$ 483 milhões no mesmo período do ano anterior.
No acumulado do ano, as contas públicas registram superávit primário de R$ 85,122 bilhões. No entanto, em 12 meses encerrados em fevereiro, o setor público ainda acumula déficit de R$ 15,885 bilhões, equivalente a 0,13% do PIB.
Apesar da melhora no resultado primário, os gastos com juros aumentaram consideravelmente e atingiram R$ 78,253 bilhões em fevereiro, contra R$ 65,166 bilhões no mesmo mês de 2024. A elevação foi influenciada por fatores como a alta da taxa Selic, o crescimento da dívida e as perdas com operações de swap cambial do Banco Central.
Com isso, o déficit nominal — que soma o resultado primário ao gasto com juros — atingiu R$ 97,226 bilhões em fevereiro, também inferior ao valor de R$ 113,858 bilhões registrado no mesmo mês do ano anterior. Em 12 meses, o resultado nominal acumula déficit de R$ 939,839 bilhões, ou 7,91% do PIB, indicador considerado por agências internacionais de classificação de risco.
A dívida líquida do setor público alcançou R$ 7,296 trilhões em fevereiro, representando 61,4% do PIB. Já a dívida bruta do governo geral subiu para R$ 9,045 trilhões, o equivalente a 76,2% do PIB, frente aos 75,7% registrados em janeiro. A trajetória crescente da dívida pública segue sendo uma das principais preocupações no cenário fiscal do país.