O certame foi realizado em abril de 2024, e obteve o total de 33 mil inscrições. Das 406 vagas disponíveis, a SES já chamou 249 aprovados
Na manhã desta terça-feira (1), a Comissão de Saúde, Previdência e Assistência Social da Assembleia Legislativa de Mato Grosso realizou uma audiência pública para discutir a convocação dos aprovados no concurso público da Secretaria de Estado de Saúde (SES) de 2024. O secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, esteve presente e explicou os motivos para os atrasos nas nomeações, além das medidas que estão sendo adotadas para garantir o fortalecimento da rede pública de saúde.
O concurso, realizado em abril de 2024, contou com 33 mil inscritos para 406 vagas. Até o momento, 249 aprovados já foram convocados, mas muitos aguardam nomeação. Segundo o secretário, as chamadas dependem da análise de outras secretarias, como Planejamento, Fazenda e Casa Civil, devido ao impacto financeiro das nomeações, que já soma R$ 41,4 milhões no orçamento da SES.
O deputado Lúdio Cabral (PT) criticou a morosidade do governo, destacando que, desde 2019, cerca de 90% dos profissionais dos hospitais regionais são temporários. Ele alertou que, embora a legislação estadual limite contratações temporárias a 12% do quadro funcional, esse percentual tem sido superado. O parlamentar cobrou um planejamento mais eficaz para evitar contratações emergenciais quando há concursados aguardando convocação.
O presidente da Comissão de Saúde, deputado Paulo Araújo (PP), defendeu que o governo priorize as nomeações, citando o crescimento da arrecadação estadual como fator que pode viabilizar as convocações. Ele afirmou que irá interceder junto ao governador Mauro Mendes para garantir a prorrogação do concurso e a ampliação das nomeações.
Representantes dos aprovados no concurso também se manifestaram. Joiele da Costa Amorim, que atua no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), criticou a falta de planejamento do governo para a contratação de novos servidores. Já Matheus Andrade destacou a necessidade de um estudo oficial para diferenciar demandas temporárias de permanentes e reforçou que há incoerências na política de contratações do Estado.
O governo argumenta que, em 2025, foram realizadas duas convocações, totalizando 129 novos profissionais, e que as nomeações seguem conforme a necessidade da Secretaria. No entanto, os concursados cobram mais transparência e celeridade no processo.
Diante da pressão da Comissão de Saúde e dos aprovados, a Assembleia Legislativa continuará acompanhando a questão e buscará um diálogo com o governo estadual para garantir que as nomeações ocorram dentro da legalidade e atendam às necessidades da saúde pública.