Glauber Braga entra em greve de fome e acampa na Câmara após conselho de ética pedir cassação

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Acusado de agressão, ele diz sofrer perseguição política

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) iniciou uma greve de fome e acampou no plenário 5 da Câmara dos Deputados, em protesto contra a decisão do Conselho de Ética, que aprovou por 13 votos a 5 o parecer que pede a cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar.

Acusado de agredir um militante de extrema-direita, o parlamentar alega ser vítima de perseguição política por denunciar o chamado Orçamento secreto. Glauber está sem se alimentar desde terça-feira (8), consumindo apenas líquidos. Em suas redes sociais, afirmou que continuará a greve em protesto contra o que considera uma manobra do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) com apoio do relator do processo, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA).

A assessoria do deputado informou que ele segue sendo monitorado por médicos e está com sinais vitais estáveis. O protesto acontece no mesmo local onde o Conselho de Ética aprovou o parecer pela cassação.

Inicialmente, a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) também anunciou que aderiria à greve de fome, mas foi convencida por colegas a recuar da decisão e apoiar a causa por outras formas de mobilização.

Braga responde a uma representação apresentada pelo partido Novo, por ter expulsado da Câmara um militante do MBL que teria insultado sua mãe. Ele argumenta que a punição é desproporcional e defende que há um claro viés político na tentativa de cassação. O deputado pretende recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Caso o parecer seja mantido, o processo ainda precisará ser votado pelo plenário da Casa.

Os partidos PSOL e PT anunciaram obstrução dos trabalhos parlamentares em resposta à decisão do Conselho de Ética. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), pediu diálogo com o atual presidente da Câmara, Hugo Motta, para discutir o caso.

Crítico ferrenho do Orçamento secreto, Braga é uma das vozes mais ativas na defesa da transparência dos gastos públicos e participou da ação movida pelo PSOL no STF, que resultou em mudanças na execução dessas emendas.

Em nota, Arthur Lira negou envolvimento no processo contra Glauber e afirmou que a acusação partiu do partido Novo. Ele classificou as declarações do deputado como infundadas e ameaçou recorrer à Justiça contra acusações sem provas.

Procurada a assessoria de Paulo Magalhães, relator do caso, mas não obteve resposta. Durante as sessões, o deputado se recusou a responder às acusações, dizendo que fazia parte da estratégia de defesa do acusado.

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