Coreia do Sul destitui presidente Yoon após lei marcial e abre caminho para novas eleições

0
52

Próximo presidente deve ser eleito em 60 dias

O Tribunal Constitucional da Coreia do Sul destituiu nesta sexta-feira (4) o presidente Yoon Suk Yeol, confirmando por unanimidade o impeachment aprovado pelo Parlamento. A decisão encerra uma das maiores crises políticas do país em décadas, provocada pela imposição da lei marcial por Yoon em dezembro de 2024, medida considerada inconstitucional e uma ameaça à democracia.

A Constituição sul-coreana exige agora a realização de eleições presidenciais em até 60 dias. Enquanto isso, o primeiro-ministro Han Duck-soo assume interinamente a chefia do Executivo.

Favorito na disputa, o ex-candidato Lee Jae-myung, do Partido Democrático, tentará retornar à corrida presidencial após ter perdido para Yoon por uma margem apertada em 2022. No entanto, enfrenta obstáculos judiciais relacionados a acusações de corrupção. Do lado conservador, o campo de candidatos ainda está em aberto.

A destituição de Yoon foi comemorada por milhares de manifestantes que exigiam sua saída e tomaram as ruas após o anúncio, celebrando com gritos de “Nós vencemos!”. Já apoiadores do ex-presidente reagiram com silêncio e perplexidade diante da decisão transmitida ao vivo.

O presidente interino da Suprema Corte, Moon Hyung-bae, afirmou que Yoon “cometeu uma grave traição à confiança do povo”, ao agir além de seus poderes constitucionais. Segundo ele, a declaração da lei marcial em dezembro mergulhou o país em caos social, econômico e diplomático.

Organizações como a Human Rights Watch classificaram o resultado como uma vitória da democracia e dos direitos humanos. Analistas apontam que o próximo governo enfrentará grandes desafios, como a crescente tensão com a Coreia do Norte, as tarifas comerciais impostas pelos EUA e a pressão geopolítica da China.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here