Parlamentar disse que fará jejum até a finalização do processo
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (9), por 13 votos a cinco, o parecer favorável à cassação do mandato do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) por quebra de decoro parlamentar.
A recomendação pela perda de mandato foi feita na semana passada pelo relator do processo, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA). Glauber é acusado pelo partido Novo de ter agredido fisicamente, com empurrões e chutes, o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), Gabriel Costenaro, em abril do ano passado. O episódio ocorreu durante manifestação em apoio a motoristas de aplicativo, no contexto do debate sobre o projeto de lei que regulamenta a categoria (PL 12/24), e foi registrado em vídeo.
Em sua defesa, o parlamentar afirmou que reagiu a provocações de Costenaro, a quem atribui um histórico de ações provocativas dentro do Congresso.
Após a decisão do Conselho, Glauber Braga anunciou que iniciará uma greve de fome como forma de protesto. “Sei que é a tática mais radical que um militante pode tomar. Estou em jejum no dia de hoje e vou permanecer sem alimentação como uma forma de denúncia e como uma tática de enfrentamento radical ao que está acontecendo”, declarou o deputado em suas redes sociais. Ele afirmou que sua decisão é irrevogável e que manterá apenas o consumo de água durante o período.
Logo após o anúncio, a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), de 90 anos, também declarou adesão à greve de fome em solidariedade a Glauber.
O Conselho de Ética pode aplicar penas que variam entre censura escrita ou verbal, suspensão de prerrogativas regimentais, suspensão do mandato por até seis meses ou a perda definitiva do mandato — que, como neste caso, ainda precisa ser confirmada pelo plenário da Câmara. Glauber Braga ainda pode recorrer da decisão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
