Categoria cobra valorização, melhores condições de trabalho e políticas públicas de cuidado
A 2ª reunião ordinária da Câmara Setorial Temática da Enfermagem, realizada nesta quinta-feira (7) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), colocou a saúde mental dos profissionais da categoria no centro do debate. Conduzido pela presidente da câmara setorial, enfermeira Merielly Cristina Nantes, o encontro foi proposto pelo presidente da ALMT, deputado Max Russi (PSB), com o objetivo de impulsionar políticas públicas de valorização da enfermagem.
O evento reuniu vereadores de seis municípios, representantes de conselhos, do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e lideranças da enfermagem de várias regiões. Reflexões sobre a precarização das condições de trabalho e a necessidade de empatia e reconhecimento marcaram as discussões.
A reunião começou com uma homenagem póstuma ao técnico de enfermagem Hélcio José dos Santos, de 53 anos, encontrado morto no Hospital Metropolitano de Várzea Grande no último dia 21 de julho. Sua filha, também técnica de enfermagem, relatou emocionada que ele enfrentava depressão e ansiedade, denunciando a falta de atenção com a saúde dos próprios cuidadores.
O conselheiro do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-MT), Thalisson de Oliveira, alertou que, antes da pandemia, afastamentos eram majoritariamente por doenças físicas, mas hoje predominam os relacionados a transtornos psíquicos, como ansiedade e depressão. Segundo ele, a ausência de um piso salarial efetivo obriga muitos profissionais a manterem múltiplos vínculos, resultando em jornadas exaustivas e comprometendo a saúde mental.
Relatos de sobrecarga, frustração e perda de momentos familiares reforçaram o cenário crítico. A falta de tempo para lazer, as relações de trabalho precárias e o baixo poder aquisitivo foram apontados como fatores agravantes.
Para Merielly Nantes, a presença expressiva de representantes do interior fortalece o objetivo de dar voz à categoria em todo o estado. Ela ressaltou a importância de parcerias com o Cosems e o TCE para construir políticas públicas efetivas. “Saímos confiantes de que estamos no caminho certo para conquistar avanços concretos e melhorias reais para os profissionais da enfermagem”, afirmou.


