Produção de mandioca congelada impulsiona nova fase da agricultura familiar em São José do Rio Claro

0
50

Com investimentos públicos e estrutura agroindustrial, município sai do consumo local e alcança produção mensal de 24 toneladas

São José do Rio Claro vive um momento marcante de fortalecimento da produção rural. O município, que até poucos anos atrás mantinha lavouras de mandioca voltadas quase exclusivamente ao consumo local, hoje consolida uma nova cadeia produtiva baseada na mandioca congelada, com escala, mercado e geração de renda no campo.

Esse avanço é resultado direto de investimentos do Governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), realizados entre 2019 e 2025. Ao todo, mais de R$ 3,1 milhões foram aplicados em máquinas, equipamentos, calcário e estrutura produtiva, permitindo que pequenos produtores evoluíssem da produção artesanal para um modelo agroindustrial.

Um dos principais exemplos dessa transformação é a Associação dos Pequenos Produtores Rurais de São José do Rio Claro (Aproclaro), presidida pela produtora Vânia Fiorini. Segundo ela, o município não possuía tradição em produção de mandioca para mercados mais amplos. “Antes eram pequenas roças familiares, voltadas apenas ao comércio local. Hoje temos uma agroindústria estruturada, com produção contínua e mercado garantido”, destacou.

Atualmente, a associação produz cerca de 24 toneladas de mandioca congelada por mês e realiza a entrega diária de aproximadamente 2 mil quilos. A agroindústria da Aproclaro gera 11 empregos diretos, todos ocupados por mulheres, incluindo profissionais da logística e transporte.

O salto produtivo ganhou força com a entrega de um caminhão baú refrigerado, avaliado em R$ 635 mil, que ampliou a capacidade de distribuição e permitiu atender mercados mais exigentes. “Com apenas três anos de associação, receber um caminhão refrigerado parecia algo distante. Hoje, só esse equipamento beneficia mais de 10 produtores e garante regularidade nas entregas”, afirmou Vânia.

Além do caminhão, a associação foi contemplada com plantadeira e arrancador de mandioca, equipamentos que elevaram a produtividade e reduziram custos no campo. “Esses investimentos mudaram a visão do pequeno produtor sobre o próprio potencial. Somos nós que colocamos a comida na mesa, e quando há apoio, a produção cresce”, ressaltou.

Paralelamente à atuação na associação, Vânia também mantém uma fábrica de polpas de frutas, que atualmente produz cerca de 800 quilos por mês de forma manual. A expectativa é ampliar esse volume com a chegada de uma despolpadora, também viabilizada por projeto junto à Seaf, abrindo novos mercados e diversificando a produção agroindustrial local.

Para o prefeito Levi Ribeiro, os investimentos refletem diretamente no crescimento da produção e na confiança dos produtores. “O apoio do governo tem sido decisivo para fazer a engrenagem funcionar. Máquinas, equipamentos e estrutura geram resultados concretos. Temos mais de 700 propriedades familiares e um enorme potencial de crescimento”, avaliou.

Segundo o gestor, a experiência da Aproclaro comprova o efeito multiplicador da política pública. “A produtora Vânia começou vendendo duas toneladas por mês e hoje entrega cerca de 20, com demanda maior que a oferta. É um exemplo claro de como investir no pequeno produtor gera desenvolvimento”, completou.

Com a produção consolidada, o município já planeja novos avanços. A implantação de uma farinheira, pleiteada pela associação, deve ampliar ainda mais o aproveitamento da mandioca, agregando valor à produção local e garantindo que a renda permaneça no campo antes de chegar ao consumidor final.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here