Medida faz parte da operação para ressarcir aposentados e pensionistas
Policiais federais apreenderam, na manhã desta terça-feira (20), cinco carros de luxo pertencentes a Antonio Carlos Camilo Antunes, suspeito de envolvimento no esquema de descontos ilegais aplicados em benefícios previdenciários pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a milhões de aposentados e pensionistas em todo o país, ao longo de anos.
O mandado de busca e apreensão foi expedido pela 4ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Em um endereço ligado a Antunes, conhecido como Careca do INSS, em Brasília, os agentes apreenderam um Land Rover, duas BMWs (modelos Competition e M135i) e dois Porsches (Panamera e 911). De acordo com a Polícia Federal, os veículos, avaliados em cerca de R$ 3,28 milhões, podem ter sido adquiridos com recursos provenientes das fraudes. Um de seus advogados informou que a defesa ainda não teve acesso à decisão judicial e só se manifestará após analisá-la.
Apontado pelo Ministério Público Federal como o epicentro da corrupção ativa investigada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União na Operação Sem Desconto, Antunes ficou nacionalmente conhecido como o Careca do INSS, apelido pelo qual é identificado no inquérito que tramita na Justiça Federal.
Segundo a investigação, Antunes é sócio de várias empresas suspeitas de envolvimento na chamada “Farra do INSS” e é investigado por, direta ou indiretamente, ter transferido grandes quantias de dinheiro a agentes públicos também investigados, possivelmente como vantagem indevida.
Em razão dessas suspeitas, no dia 9 deste mês, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu à Justiça Federal a autorização para o bloqueio dos bens de Antunes e de suas empresas. Dias antes, a própria AGU já havia determinado o bloqueio de bens e contas de 12 associações investigadas por participação no esquema fraudulento.
Os bloqueios e apreensões integram a operação do governo federal que busca ressarcir os aposentados e pensionistas lesados. Até a noite desta segunda-feira (19), mais de 1,6 milhão de pessoas haviam solicitado o reembolso de valores descontados indevidamente.
