Operações em Mato Grosso apreendem mais de 7 mil garrafas suspeitas de adulteração de bebidas

0
37

Ações conjuntas entre forças de segurança e órgãos de vigilância investigam possível intoxicação por metanol e fechamento de fábricas clandestinas

Durante o mês de outubro, as forças de segurança de Mato Grosso realizaram pelo menos oito operações de fiscalização e repressão à adulteração de bebidas alcoólicas em diferentes municípios do estado, incluindo Cuiabá, Várzea Grande, Nova Mutum, Barra do Garças, Água Boa, Nova Xavantina e Querência. As ações reuniram a Polícia Militar, Polícia Civil, a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), além das vigilâncias sanitárias estadual e municipais e órgãos de fiscalização e saúde.

Segundo o secretário adjunto de Integração Operacional da Sesp-MT, coronel Fernando Augustinho, o objetivo das operações é “localizar, investigar e fechar fábricas clandestinas, além de intensificar o monitoramento em pontos de venda por meio de ações integradas, com cada instituição atuando dentro da sua especialidade”. Ele destacou que o trabalho conjunto aumenta a eficiência das investigações, com a Politec responsável por analisar rótulos, tampas e o próprio conteúdo das bebidas suspeitas.

Fiscalização e investigações

Uma das principais ações ocorreu em Várzea Grande, onde uma grande distribuidora foi fiscalizada após ser identificada como fornecedora de bebidas destiladas para supermercados do interior. No local, mais de 7 mil garrafas de whisky foram retidas por suspeita de adulteração. A operação envolveu a Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a Vigilância Sanitária Estadual e Municipal e a Politec.

As investigações começaram após apreensões em supermercados de Água Boa, Nova Xavantina e Barra do Garças, onde garrafas de whisky apresentavam indícios de falsificação. A apuração teve início após denúncias da Vigilância Sanitária de que várias pessoas passaram mal na região do Araguaia entre 11 e 14 de outubro. Uma das vítimas chegou a ser internada em Goiânia (GO) com suspeita de intoxicação por metanol.

O delegado Rogério Ferreira, titular da Decon, explicou que as bebidas estão sendo retiradas do mercado até a conclusão das análises. “Ainda não há confirmação de falsificação, mas foram identificadas divergências entre os números de lote das caixas e das garrafas. Por precaução, todo o material foi retido”, afirmou.

Trabalho pericial e combate técnico à adulteração

A Politec atua na identificação das fraudes com base em protocolos científicos aplicados também pela Polícia Federal. As análises seguem quatro etapas: coleta de amostras no local, verificação documental (rótulos e selos), análise química e exame toxicológico por cromatografia, capaz de detectar substâncias perigosas como o metanol.

De acordo com o diretor-geral da Politec, Jaime Trevizan Teixeira, o trabalho da perícia foi essencial para confirmar o primeiro caso de intoxicação por metanol em Mato Grosso. “A perícia científica é o elo que transforma suspeitas em provas técnicas, permitindo responsabilizar os culpados e proteger a população. Sem a atuação dos peritos, não há como comprovar o crime nem garantir justiça e segurança pública”, destacou.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here