Operação Reversus desmantela grupo criminoso que aplicava golpes virtuais em vários Estados

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Suspeitos aplicavam fraudes em vítimas de MT por meio de anúncios falsos de venda de veículos e gado e causaram prejuízos superiores a R$ 800 mil

A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou nesta terça-feira (15) a Operação Reversus, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes eletrônicas, atuante em diferentes Estados do país. O grupo aplicava golpes na modalidade conhecida como “falso intermediário”, principalmente por meio de anúncios falsos de venda de veículos e gado.

Estão sendo cumpridas mais de 50 ordens judiciais, incluindo 27 mandados de prisão preventiva, 24 de busca e apreensão — inclusive na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá — além do sequestro de bens avaliados em até R$ 100 mil por investigado e bloqueio de contas bancárias que, somadas, podem ultrapassar R$ 2,7 milhões.

As investigações, conduzidas pela Delegacia Especializada de Estelionato e coordenadas pelo delegado Bruno Mendo Palmiro, revelaram que o grupo agia de forma contínua entre 2023 e 2024, causando prejuízos superiores a R$ 800 mil. A operação conta com o apoio das Polícias Civis do Rio de Janeiro, Piauí e Minas Gerais, onde também ocorrem diligências.

A apuração teve início após um golpe em janeiro de 2024, em Cuiabá, quando uma vítima foi enganada por um anúncio falso no Facebook. Após manter contato com um suposto advogado, ela transferiu R$ 45 mil via Pix, acreditando estar em uma negociação legítima.

Durante as investigações, a polícia identificou o mentor do esquema, atualmente preso na PCE e condenado a mais de 40 anos por crimes como homicídio, tráfico e roubo. O responsável pela publicação do anúncio fraudulento teve sua prisão decretada em Teresina (PI).

O dinheiro proveniente do golpe circulou por 13 contas bancárias no Rio de Janeiro, voltou a Cuiabá e foi redistribuído em outras 11 contas, até se concentrar na de uma investigada moradora de um condomínio de alto padrão. Ela já possui condenação definitiva por fraudes em Minas Gerais e é viúva de um homem com extensa ficha criminal, assassinado por facções na fronteira com a Bolívia.

As investigações apontam uma estrutura criminosa complexa e altamente articulada, com divisão clara de tarefas e movimentações financeiras desenhadas para dificultar o rastreamento dos recursos.

Se condenados, os envolvidos podem pegar penas que ultrapassam 30 anos de prisão, por crimes como estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O nome da operação, Reversus, faz referência ao retorno do dinheiro a Cuiabá — cidade onde o golpe foi iniciado — após circular por diversos Estados, evidenciando o alto nível de sofisticação do esquema.

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