Ministério de Minas e Energia definirá na terça-feira a adoção do horário de verão

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Reunião com a equipe técnica será em Brasília

O Ministério de Minas e Energia irá decidir na próxima terça-feira (15) sobre a adoção do horário de verão no Brasil ainda este ano. O ministro Alexandre Silveira se reunirá com a equipe técnica no prédio do ministério, em Brasília, para definir a questão. Diante da urgência da decisão, Silveira antecipou seu retorno das férias, tranquilo o período em uma semana, e voltará ao trabalho na segunda-feira (14).

“O resumo da operação é que, se houver risco energético, a prioridade será a adoção do horário de verão”, afirmou Silveira nesta sexta-feira (11), em Roma, após participação no II Fórum Internacional Esfera. “Se não houver risco, a decisão será tomada com base no equilíbrio entre custo e benefício, considerando o impacto em outros setores. O diálogo voltou a ser uma política e, com isso, poderemos tomar uma decisão mais profunda e clara sobre o melhor caminho a seguir”, completou o ministro, destacando que a decisão precisa ser feita nesta semana para que o horário de verão possa ser implementado em novembro.

Segundo Silveira, a reunião foi marcada para terça-feira devido à necessidade urgente da decisão, permitindo que os setores afetados possam se preparar particularmente. O ministro ressaltou que o horário de verão é uma política pública imposta mundialmente, não devendo ser tratado como uma questão ideológica. Ele também criticou o governo anterior por extinguir o horário de verão em 2019.

Crise hídrica e segurança energética

Silveira também falou sobre a crise hídrica que afeta as usinas hidrelétricas no Brasil, muitas das quais dependem das chuvas para operar, como é o caso de Belo Monte, no Pará. Ele citou dados do Cemaden, que apontam que o Brasil enfrenta a pior crise hídrica dos últimos 73 anos. Medidas preventivas adotadas, como a redução da vazão de Jupiá e Porto Primavera, ajudaram a preservar 11% da água doce dos reservatórios, evitando um problema energético no país.

Embora o cenário atual seja estável, o ministro frisou que é necessário equilibrar a segurança energética e a modicidade tarifária, além do planejado o futuro até 2026.

Impacto nas eleições

Silveira também esclareceu que, se adotado, o horário de verão não afetará o segundo turno das eleições, marcado para o dia 27 deste mês. Ele explicou que, por lei, é necessário um prazo mínimo de 20 dias para que setores como o aéreo e de segurança pública possam ser planejados.

Ele destacou a complexidade da decisão, afirmando que, se a tomada sem necessidade, o horário de verão pode trazer custos para alguns setores da economia. No entanto, se o governo não agir e houver problemas energéticos, a responsabilidade seria enorme.

Projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)

Durante a reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) na quarta-feira (9), o ONS apresentou projeções para o período de outubro de 2024 a março de 2025. Apesar de alguns modelos propostos em chuvas no final de outubro, há incertezas sobre a recuperação dos níveis de vazão. As projeções indicam que, no melhor cenário, o armazenamento de energia no subsistema Sudeste/Centro-Oeste será 13,8 pontos percentuais maiores em março de 2025 do que em março de 2024, enquanto no pior cenário, o armazenamento seria 23,4 pontos percentuais abaixo.

Essas projeções apoiam uma tomada de decisões preventivas pelo CMSE para garantir a segurança do Sistema Interligado Nacional (SIN) e o atendimento à demanda energética.

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