Mayra Aguiar anuncia aposentadoria e encerra carreira como maior judoca do Brasil

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Maior medalhista olímpica e mundial no judô se despede aos 33 anos

A judoca gaúcha Mayra Aguiar, ícone do esporte brasileiro, anunciou nesta quinta-feira (26) sua aposentadoria das competições de alto rendimento. Aos 33 anos, a maior medalhista olímpica e mundial do país comunicou sua decisão em uma publicação emocionante no Instagram. Única tricampeã mundial entre homens e mulheres no judô, Mayra também é recordista brasileira em participações consecutivas nos Jogos Olímpicos, representando o país de Pequim 2008 a Paris 2024, e conquistou três medalhas de bronze (Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020).

“Venho aqui informar que estou encerrando oficialmente minha carreira esportiva em alto rendimento. Fui até onde meu corpo permitiu e, mesmo quando ele não permitia mais, forcei ainda mais alguns anos, porque sou teimosa (rs). O judô moldou minha vida, meus valores, minhas amizades e minha visão de mundo. Serei eternamente grata por tudo o que vivi dentro e fora dos tatames”, escreveu a atleta, acompanhando sua mensagem com agradecimentos aos que contribuíram para sua trajetória.

Trajetória histórica no judô

Mayra começou sua história no judô aos 11 anos, na Sociedade de Ginástica de Porto Alegre (Sogipa). Aos 14, já integrava a seleção brasileira júnior, e aos 16, conquistou a prata nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro (2007), na categoria peso médio (70 kg). Sua estreia olímpica veio aos 17 anos, nos Jogos de Pequim (2008).

Ao mudar para a categoria meio-pesado (78 kg) no ano seguinte, Mayra acumulou títulos e medalhas, consolidando-se como uma das melhores judocas do mundo por mais de 15 anos. Em 2022, tornou-se tricampeã mundial, após conquistas em 2014 e 2017, além de somar pratas (2010 e 2013) e bronzes (2011, 2013 e 2019) em mundiais.

“Entreguei sempre tudo o que eu tinha. Em cada competição, em cada luta, deixei o máximo no tatame. Sou muito orgulhosa por tudo o que fiz e grata a todas as pessoas que me ajudaram nessa caminhada, porque ninguém faz nada sozinho. Agora, vou recuperar o corpo e a mente e dedicar mais tempo a mim e às pessoas próximas”, declarou Mayra em nota divulgada pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ).

Reconhecimentos e legado

A CBJ destacou, em comunicado oficial, a importância de Mayra para o esporte:
“A CBJ agradece e reconhece o esforço, a entrega, a disciplina, o comprometimento e todas as alegrias que Mayra Aguiar deu aos fãs do judô do mundo inteiro ao longo de todos esses anos honrando o judogi da seleção brasileira. Mayra Aguiar será para sempre sinônimo de excelência.”

Mayra é a única brasileira campeã dos Grand Slams de Judô de Paris (2012 e 2016) e de Tóquio (2023), sendo este último seu pódio de despedida no circuito mundial.

Este ano, enfrentando um ciclo olímpico marcado por lesões, Mayra foi eliminada na estreia dos Jogos de Paris ao ser derrotada pela italiana Alice Bellandi, líder do ranking mundial. A judoca chegou ao torneio após meses afastada dos tatames, o que a colocou em uma posição desfavorável no sorteio das chaves.

O presidente da Sogipa, Adílio Schmeider Finger, também destacou a importância de Mayra para a instituição e o judô gaúcho:
“Somos muito gratos a tudo que Mayra fez pelo esporte da Sogipa e pelo judô gaúcho. Compreendemos sua decisão e ofereceremos todo o suporte necessário nesta nova fase. Ela é uma sogipana e continuará sendo, contribuindo sempre que desejar.”

Com sua aposentadoria, Mayra Aguiar deixa um legado inigualável no esporte brasileiro, não apenas pelos seus títulos, mas também pela inspiração que trouxe para novas gerações de atletas.

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