Furto de 88 milhões de euros expõe falhas de segurança e leva governo francês a abrir inquérito
O Museu do Louvre, em Paris, reabriu suas portas nesta quarta-feira (22), três dias após o roubo de joias históricas avaliadas em 88 milhões de euros. O crime, considerado um dos mais ousados da história recente da França, levantou fortes questionamentos sobre as falhas de segurança em um dos museus mais visitados do mundo.
Desde as primeiras horas da manhã, visitantes formaram filas diante da pirâmide de vidro, símbolo do museu, para entrar pela primeira vez desde o assalto ocorrido no domingo (19). Na ocasião, ladrões encapuzados invadiram o edifício pela janela do segundo andar, utilizando um elevador externo roubado, e fugiram com peças da coleção real francesa.
A Galerie d’Apollon, o luxuoso salão dourado onde o crime ocorreu, permanece fechada para o público. Enquanto isso, a diretora do museu foi convocada a prestar esclarecimentos ao Senado francês sobre o caso.
A repercussão do roubo gerou forte indignação pública, especialmente pela ausência de responsabilização imediata. O ministro do Interior, Laurent Nuñez, reconheceu que houve falhas de segurança e informou que a ministra da Cultura, Rachida Dati, determinou a abertura de um inquérito administrativo.
“Houve um roubo no Louvre, e algumas das joias mais preciosas da França foram levadas. É, obviamente, uma falha”, afirmou Nuñez em entrevista à rádio Europe 1. O ministro, no entanto, destacou que o sistema de alarme funcionou corretamente, acionando a polícia em apenas três minutos após a invasão.
Apesar disso, o episódio gerou críticas à gestão do museu e ao governo, especialmente depois que Rachida Dati declarou, no Parlamento, que “não houve falhas de segurança” — afirmação que intensificou a pressão sobre as autoridades responsáveis pela proteção do patrimônio cultural francês.

