Soldado já foi ouvido e será levado ao Presídio Romão Gomes
Nesta quinta-feira (5), a Justiça Militar decretou a prisão do soldado Luan Felipe Alves Pereira, policial militar envolvido em uma ocorrência na qual um homem foi arremessado de uma ponte na Cidade Adhemar, zona sul de São Paulo, no último domingo (1º). Após prestar depoimento, o soldado será transferido para o Presídio Romão Gomes.
O pedido de prisão foi apresentado pela Corregedoria da Polícia Militar na quarta-feira (4). A Polícia Civil também investiga o caso e trabalha para localizar e ouvir a vítima.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), 13 policiais envolvidos na ocorrência foram afastados, e um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para apurar as ações. Em nota, a SSP informou que “o procedimento passou pela Corregedoria, que colheu os depoimentos dos policiais e prosseguiu com as investigações para individualizar a conduta dos agentes”.
Um vídeo divulgado mostra o momento em que o policial segura o homem pela camiseta, aproxima-se da borda da ponte e o joga no rio.
ViaMobilidade demite agentes após morte de passageiro em Carapicuíba
Seis agentes de segurança da ViaMobilidade foram demitidos após uma abordagem que resultou na morte de Jadson Vitor de Souza Pires, 31 anos, na estação Carapicuíba, da Linha 8 – Diamante, no último dia 11 de novembro. O caso ganhou repercussão na segunda-feira (2), com a divulgação de um vídeo que mostra agentes prendendo Pires ao chão, o que levou à sua asfixia.
Segundo a ViaMobilidade, a decisão foi tomada após uma sindicância interna e análise do laudo do Instituto Médico Legal (IML), que constatou descumprimento do código de conduta e protocolos da empresa. A concessionária anunciou um processo de reciclagem de 100% dos agentes e a implementação de medidas rigorosas, incluindo a obrigatoriedade de justificativas formais sempre que houver uso de força.
Mulher de 63 anos e família agredidos por policiais em Barueri
Um vídeo divulgado nesta semana mostra uma mulher de 63 anos sendo agredida por policiais militares em Barueri, São Paulo. Nas imagens, ela aparece sendo empurrada, chutada e ficando com o rosto ensanguentado. Seu filho, Juarez Higino Lima Junior, 39, sofreu um golpe de mata-leão, e seu neto, Matheus Higino Lima Silva, 18, também foi agredido.
O conflito teria começado após uma tentativa de apreensão de uma moto com documentação irregular. Pai e filho teriam resistido e corrido para dentro de casa, o que levou à chegada de reforços e ao desdobramento violento da abordagem.
A SSP-SP informou que a Polícia Militar não compactua com desvios de conduta e que as imagens e circunstâncias estão sob investigação. O caso foi encaminhado à Corregedoria para as medidas cabíveis.
Especialistas criticam escalada da letalidade policial em São Paulo
A diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, afirmou que os recentes casos de violência policial são inadmissíveis e revelam um descontrole nas ações da polícia. Segundo ela, há uma tendência de aumento da letalidade policial no estado desde 2022, contrastando com avanços no controle do uso da força entre 2020 e 2022.
Carolina também destacou a mudança na liderança da Polícia Militar e a redução do uso de câmeras corporais como fatores que podem ter contribuído para o enfraquecimento do controle sobre os policiais. “O discurso do governador e do secretário [de Segurança Pública] muitas vezes legitima o uso da força excessiva, o que acaba se refletindo na ponta da linha”, criticou.
A diretora reforçou que as declarações públicas do governo estadual contra esses excessos só ocorreram após a repercussão do caso do homem arremessado da ponte.

