TRF-1 nega habeas corpus e aponta risco à ordem pública e esquema bilionário de fraudes
A Justiça Federal em Brasília decidiu manter a prisão do banqueiro Daniel Vorcaro, um dos sócios do Banco Master. A decisão foi tomada na noite desta quinta-feira (19) pela desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que negou o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa.
Vorcaro foi detido na última segunda-feira (17) pela Polícia Federal, no Aeroporto de Guarulhos, quando tentava embarcar para o exterior em seu jatinho particular. Ele é um dos alvos da Operação Compliance Zero, que apura a concessão de créditos falsos pelo Banco Master e a tentativa de compra da instituição pelo Banco Regional de Brasília (BRB), banco público ligado ao governo do Distrito Federal.
Ao justificar a decisão, a desembargadora afirmou que a prisão é necessária para preservar a ordem pública e impedir o funcionamento da organização criminosa investigada.
Segundo Solange, o caso envolve “um grupo com notável estrutura, estabilidade e poderio econômico”, dedicado há anos à prática de delitos financeiros de alta complexidade. A magistrada destacou ainda o risco de prejuízos bilionários ao BRB.
A investigação aponta um esquema de cessão irregular de carteiras de crédito entre o Banco Master e o BRB, que pode ter causado um rombo estimado em R$ 17 bilhões. Há indícios de manipulação de ativos, criação de narrativas falsas para órgãos reguladores e uso de empresas de fachada para simular créditos inexistentes ou deteriorados.
A defesa de Daniel Vorcaro nega que ele tenha tentado deixar o país e afirma que o banqueiro se colocou à disposição das autoridades para colaborar com as investigações.
O BRB, por sua vez, informou que contrataria uma auditoria externa para apurar os fatos e verificar possíveis falhas de governança ou controles internos.