Hamas entrega lista de prisioneiros e vê avanço em negociações de paz mediadas por Trump

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Discussões no Egito buscam cessar-fogo e troca de reféns; EUA, Israel, Catar e Turquia participam das tratativas

O Hamas informou nesta quarta-feira (8) que entregou uma lista com os nomes de prisioneiros palestinos que poderão ser trocados por reféns israelenses e afirmou estar otimista quanto ao andamento das negociações para encerrar a guerra na Faixa de Gaza. As conversas acontecem no Egito e contam com a presença do genro e enviado especial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

As negociações indiretas têm como foco os mecanismos para interromper o conflito, a retirada das tropas israelenses e o acordo de troca de prisioneiros. Fontes palestinas afirmam que o principal impasse é a exigência de desarmamento do Hamas — ponto que o grupo se recusa a discutir.

O plano de paz proposto por Trump, considerado o mais avançado desde o início da guerra, prevê uma iniciativa de 20 pontos, ainda sem data para implementação. O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, participará nesta quinta-feira (9) de uma reunião em Paris com líderes europeus e árabes para discutir a reconstrução e a transição pós-guerra de Gaza.

Enquanto isso, a situação humanitária no território continua grave, com milhares de deslocados enfrentando fome e falta de água, combustível e suprimentos médicos.

Na terça-feira (7), Trump declarou otimismo sobre a possibilidade de um acordo, exatamente dois anos após o ataque do Hamas a Israel, que deu início à ofensiva militar israelense. Entre os representantes dos EUA nas negociações estão Jared Kushner, genro de Trump, e o enviado Steve Witkoff.

Também participam das conversas o ministro israelense Ron Dermer, o primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, e o conselheiro turco Ibrahim Kalin. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, confirmou que foi solicitado por Trump a ajudar na mediação, mas ressaltou que Israel também deve ser pressionado. “A paz não é um pássaro com uma única asa”, afirmou.

O plano norte-americano propõe a criação de um órgão internacional, liderado por Trump e com participação do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, para administrar Gaza no período pós-guerra. Países árabes apoiadores esperam que o processo leve à criação de um Estado palestino — hipótese rejeitada pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

A Jihad Islâmica, que também mantém reféns israelenses, participa das negociações. O Hamas exige cessar-fogo permanente, retirada total das forças israelenses e reconstrução sob supervisão de um “órgão tecnocrático nacional” palestino, enquanto Israel insiste no desarmamento do grupo.

Apesar das tratativas, a ofensiva israelense prossegue, embora em ritmo reduzido. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, ao menos oito pessoas morreram nas últimas 24 horas. Autoridades palestinas afirmam que mais de 67 mil pessoas foram mortas desde o início da ofensiva, após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou 1,2 mil israelenses mortos e 251 reféns levados para Gaza.

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