Entre os atletas estão Neymar, Bruno Henrique e Philippe Coutinho
O debate sobre a utilização do gramado sintético nos estádios de futebol brasileiros está ganhando força, impulsionado por uma campanha nas redes sociais com a participação de estrelas como Neymar, Bruno Henrique, Lucas Moura, Philippe Coutinho, Thiago Silva e Gabigol. Nesta terça-feira (18), os jogadores divulgaram um comunicado expressando sua preocupação com o “rumo que o futebol brasileiro está tomando” e classificando como “absurdo” o uso do gramado sintético nos campos.
A carta defende que os jogadores brasileiros sejam mais ouvidos quando o assunto é a qualidade do gramado, assim como ocorre nas ligas internacionais. O Athletico Paranaense foi pioneiro no uso do gramado sintético, ao instalar o piso artificial na Arena da Baixada em 2016, alcançando um aproveitamento de 80% nos jogos em casa e conquistando a vaga para a Copa Libertadores de 2017.
Outros clubes seguiram o exemplo: em 2020, o Palmeiras trocou o gramado do Allianz Park, e em 2023 foi a vez do Botafogo, que adotou o gramado sintético no Estádio Nilton Santos (Engenhão), apelidado de “tapetinho”. Na temporada atual, o Atlético Mineiro anunciou a substituição do gramado natural pelo sintético na Arena MRV.
Recentemente, o Flamengo também se envolveu na discussão, realizando medições de temperatura em quatro campos de futebol no Centro de Treinamento Ninho do Urubu, no Rio de Janeiro. Durante a onda de calor no final de 2023, os termômetros marcaram 70°C nos campos de grama sintética.
Íntegra do Comunicado
“É preocupante ver o rumo que o futebol brasileiro está tomando. É um absurdo termos que discutir gramado sintético nos nossos campos.
Com o tamanho e a representatividade do nosso futebol, isso não deveria ser sequer uma opção. A solução para um gramado ruim é simples: criar um gramado de qualidade.
Nas ligas mais respeitadas do mundo, os jogadores são ouvidos, e os investimentos são feitos para garantir a qualidade do gramado nos estádios. O objetivo é oferecer uma experiência de qualidade tanto para quem joga quanto para quem assiste.
Se o Brasil deseja estar definitivamente entre os protagonistas do futebol mundial, a primeira medida precisa ser garantir a qualidade do piso onde os atletas jogam e treinam.
FUTEBOL PROFISSIONAL NÃO SE JOGA EM GRAMADO SINTÉTICO!”