CPI das Apostas pede indiciamento de Virgínia Fonseca, Deolane Bezerra e outras 14 pessoas e empresas

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Relatório final da comissão aponta indícios de crimes como estelionato

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas, apresentado nesta terça-feira (10), recomendou o indiciamento de 16 pessoas e empresas, entre elas as influenciadoras digitais Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra dos Santos, que acumulam dezenas de milhões de seguidores nas redes sociais.

Segundo o texto da relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), há indícios de crimes como propaganda enganosa, estelionato, lavagem de dinheiro e exploração de jogos de aposta sem autorização legal.

Durante depoimento à comissão, Virgínia Fonseca admitiu o uso de contas falsas para simular ganhos em apostas on-line, apresentando esses resultados como reais a seus seguidores. A relatora destacou que a credibilidade das influenciadoras nas redes sociais potencializa o poder de convencimento sobre o público, tornando suas ações passíveis de punição pelo Código de Defesa do Consumidor.

O relatório também revelou que Virgínia assinou contratos com plataformas de apostas prevendo o recebimento de 30% do valor total perdido pelos apostadores que acessassem os sites por meio de seus links de divulgação — prática apelidada de “cachê da desgraça alheia”. Apesar de negar irregularidades, a própria influenciadora apresentou contrato confirmando o modelo de comissão baseado nas perdas dos usuários.

O parecer da CPI classificou o jogo promovido por ela, conhecido como “tigrinho”, como arriscado e de resultados manipuláveis, por usar algoritmos sem auditoria independente.

A influenciadora Deolane Bezerra também foi citada no pedido de indiciamento. De acordo com o relatório, a empresa de apostas com a qual ela é ligada operava sem autorização do Ministério da Fazenda, mesmo divulgando o contrário em suas redes sociais — o que, segundo a CPI, configura possível crime de estelionato.

Embora Deolane não conste formalmente no quadro societário da empresa investigada, a CPI suspeita que ela tenha ocultado sua real participação no negócio utilizando “laranjas” e intermediários, o que poderia indicar prática de lavagem de dinheiro.

Até a publicação desta matéria, Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra não haviam se manifestado publicamente sobre as conclusões do relatório.

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