China suspende importação de carne bovina de sete frigoríficos do Brasil e outros países

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As autoridades alfandegárias da China suspenderam, nesta segunda-feira (3), as importações de carne bovina de sete frigoríficos localizados no Brasil, Argentina, Uruguai e Mongólia. A decisão ocorre em um momento de importações recordes registradas no ano passado, que resultaram em um excedente de oferta e grandes prejuízos para produtores locais.

De acordo com um comunicado oficial publicado no site da alfândega chinesa, foram suspensas as declarações de importação de dois exportadores argentinos – Frigorífico Regional General Las Heras S.A. e Frio Dock S.A. –, além de três frigoríficos brasileiros: Frisa Frigorífico Rio Doce S/A, em Nanuque (MG); Bon-Mart Frigorífico Ltda, em Presidente Prudente (SP); e JBS S/A, em Mozarlândia (GO). Também foram afetados o Frigorífico Sirsil S.A., do Uruguai, e um fornecedor da Mongólia. O motivo das suspensões não foi informado.

Reações do Setor

Em nota, a Associação Brasileira das Exportadoras de Carne (Abiec) informou que foram identificadas inconformidades em relação aos requisitos chineses para o registro de estabelecimentos estrangeiros.

“As empresas envolvidas já foram notificadas e estão adotando medidas corretivas para atender às exigências da autoridade sanitária chinesa”, afirmou a entidade, acrescentando que mantém diálogo com as autoridades para resolver a questão com rapidez.

Brasil, Argentina e Uruguai estão entre os maiores fornecedores de carne bovina para a China, o maior importador e consumidor mundial do produto.

Contexto do Mercado

O Ministério do Comércio da China iniciou, no final de 2023, uma investigação sobre o aumento das importações de carne bovina, diante de um mercado saturado que levou os preços domésticos a níveis historicamente baixos. No ano passado, a China importou um recorde de 2,87 milhões de toneladas métricas de carne bovina, segundo dados alfandegários.

Esse cenário elevou o risco de medidas comerciais por parte do governo chinês, impactando seus principais fornecedores, incluindo Brasil, Argentina, Austrália e Estados Unidos. O setor aguarda os resultados oficiais da investigação, previstos para o final deste ano.

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