Valor é o maior registrado desde o início da série histórica em 1995
A Receita Federal anunciou nesta terça-feira (28) que a arrecadação do governo federal atingiu R$ 2,709 trilhões em 2024, o maior valor registrado desde o início da série histórica, em 1995. Corrigido pela inflação, o montante equivale a R$ 2,653 trilhões, representando um crescimento real de 9,6% em comparação a 2023.
Fatores do crescimento
De acordo com a Receita, o desempenho foi impulsionado pela expansão da atividade econômica, pelo aumento da arrecadação de PIS/Cofins com o retorno da tributação sobre combustíveis e por outras mudanças tributárias que reforçaram o recolhimento.
O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, destacou o impacto da recuperação econômica e da baixa histórica do desemprego como principais fatores para o resultado expressivo.
“Esses números refletem o efeito das políticas econômicas recentes e a reativação de setores que voltaram a recolher tributos de forma significativa. O aumento da massa salarial também foi fundamental para esse desempenho”, afirmou.
Além disso, a Receita citou o crescimento na arrecadação do Imposto de Renda sobre rendimentos de capital (IRRF-Capital) e o impacto das novas alíquotas aplicadas ao Imposto de Importação e ao IPI vinculado.
Reforço na fiscalização
Barreirinhas também enfatizou uma nova abordagem da Receita, menos repressiva e mais focada na orientação e fiscalização de grandes rendas passivas e super-ricos.
“Focamos em trazer para a tributação aqueles que antes não contribuíam de forma justa, especialmente grandes patrimônios e fundos fechados que estavam fora do radar fiscal”, explicou.
Desempenho econômico impulsiona resultados
Os indicadores macroeconômicos de 2024 apresentaram resultados positivos que contribuíram diretamente para a arrecadação:
- Produção industrial: +3,22%
- Venda de bens: +3,97%
- Venda de serviços: +2,9%
- Importações em dólar: +8,65%
- Massa salarial: +11,78%
Entre os tributos, destaque para:
- Cofins/PIS-Pasep: R$ 541,743 bilhões (+18,6% em relação a 2023)
- Contribuições previdenciárias: R$ 685,012 bilhões (+5,34%)
- Imposto sobre Importação e IPI-Vinculado: R$ 109,608 bilhões (+33,75%)
- IRRF-Rendimentos de capital: R$ 146,539 bilhões (+13,12%)
- IRPJ e CSLL: R$ 502,720 bilhões (+2,85%)
Destaques setoriais
Os setores com maior crescimento nominal de arrecadação foram:
- Comércio atacadista: R$ 171,285 bilhões
- Entidades financeiras: R$ 288,621 bilhões
- Combustíveis: R$ 105,354 bilhões
- Atividades auxiliares do setor financeiro: R$ 86,044 bilhões
- Fabricação de automóveis: R$ 63,907 bilhões
Desempenho em dezembro
Em dezembro de 2024, a arrecadação alcançou R$ 261,265 bilhões, um crescimento real de 7,78% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Com resultados que refletem a recuperação econômica e ajustes fiscais estratégicos, a arrecadação federal de 2024 reafirma a importância de um sistema tributário robusto e eficiente para sustentar o crescimento do país.