Apesar de 84,8% das famílias estarem endividadas, índice de contas em atraso sobe de 16% para 17,1%
Em Cuiabá, o número de famílias endividadas se manteve estável em outubro e novembro, atingindo 84,8%, mas levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou aumento na inadimplência, passando de 16% para 17,1% no mesmo período.
Segundo análise do Instituto de Pesquisa da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT), a estabilidade do endividamento indica que as compras a prazo permanecem em patamar constante, abaixo de 85% dos lares. A inadimplência também se mantém estável, abaixo de 20%, tendência observada desde agosto de 2024.
O presidente da Fecomércio-MT, Wenceslau Júnior, destacou que o aumento da inadimplência, somado à baixa confiança das famílias em quitar dívidas, reflete um comportamento mais cauteloso: os consumidores estão priorizando gastos essenciais, planejando financeiramente e adiando decisões de consumo que dependam de financiamento.
A pesquisa da CNC mostra que 38,2% das famílias acreditam conseguir pagar parte das dívidas, 30,9% não esperam quitar o que devem, e outros 30,9% afirmam que pagarão integralmente. Em termos de nível de endividamento, 45,5% se consideram pouco endividadas, 30,6% moderadamente endividadas e 8,7% muito endividadas.
O cartão de crédito permanece como a principal forma de dívida (85,4%), seguido por carnês (20,7%). Financiamentos respondem por 6,2% em veículos, 4,9% em imóveis e 4,7% em crédito pessoal.
Em âmbito nacional, o endividamento apresentou leve recuo, passando de 79,5% em outubro para 79,2% em novembro, enquanto a inadimplência caiu de 5,23 milhões para 5,15 milhões de famílias, interrompendo a sequência de altas iniciada em abril.
Wenceslau Júnior afirmou que, apesar do menor percentual de famílias endividadas no país, a inadimplência nacional supera em mais de 10 pontos percentuais a registrada em Cuiabá, evidenciando uma situação relativamente mais positiva na capital mato-grossense.