Ação anunciada por Trump impulsiona preços do petróleo e amplia crise entre Washington e Caracas
Os Estados Unidos apreenderam um petroleiro na costa da Venezuela, informou o presidente norte-americano Donald Trump, em uma ação que provocou alta nos preços do petróleo e intensificou as tensões entre Washington e o governo de Nicolás Maduro. Segundo Trump, trata-se de uma operação de grande escala, realizada em meio ao reforço militar norte-americano na região.
“Acabamos de apreender um petroleiro na costa da Venezuela, um grande petroleiro, muito grande, o maior de todos os tempos”, afirmou o presidente. Questionado sobre o destino da carga, Trump respondeu: “Ficamos com ele, eu acho”. O mandatário tem reiterado a possibilidade de intervenção militar no país sul-americano e vem pressionando publicamente Maduro a deixar o poder.
De acordo com a procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, a apreensão foi realizada com base em um mandado judicial, em operação conduzida pelo FBI, pelo Departamento de Segurança Nacional e pela Guarda Costeira, com apoio das Forças Armadas. Em publicação na rede social X, Bondi divulgou um vídeo que mostra helicópteros se aproximando da embarcação e agentes armados descendo por rapel até o convés.
O governo norte-americano não confirmou oficialmente o nome do navio, mas o grupo britânico de gerenciamento de risco marítimo Vanguard informou acreditar que se trata do petroleiro Skipper, apreendido na madrugada de quarta-feira (10). A embarcação estava sob sanções dos EUA por suposto envolvimento no comércio de petróleo iraniano.
Dados de satélite analisados pelo TankerTrackers.com e informações internas da estatal venezuelana PDVSA indicam que o Skipper deixou o porto de José, principal terminal petrolífero da Venezuela, entre os dias 4 e 5 de dezembro, transportando cerca de 1,1 milhão de barris de petróleo bruto pesado do tipo Merey.
A notícia da apreensão teve impacto imediato no mercado, com alta nos contratos futuros do petróleo. Até o momento, o governo venezuelano não comentou oficialmente o caso. Em discurso durante uma celebração militar na quarta-feira, Nicolás Maduro não mencionou o episódio.

