Ataques deixaram seis mortos em Kiev e reacendem tensão em meio a negociações diplomáticas
Rússia e Ucrânia intensificaram os bombardeios mútuos durante a noite, com fortes ataques de mísseis em meio aos esforços diplomáticos para pôr fim à guerra. As ofensivas ocorrem enquanto crescem as incertezas sobre a realização de uma cúpula entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump, proposta para acontecer na Hungria nas próximas semanas.
Autoridades ucranianas informaram nesta quarta-feira (22) que os ataques russos deixaram seis mortos, entre eles duas crianças, em Kiev e na região metropolitana, além de provocarem cortes de energia em várias partes do país. Em resposta, o Exército da Ucrânia afirmou ter usado mísseis Storm Shadow, de fabricação franco-britânica, para atacar uma fábrica de produtos químicos na região russa de Bryansk, ao sul do país.
Apesar de uma conversa recente entre Putin e Trump, a Casa Branca afirmou que não há planos imediatos para um encontro entre os dois líderes. “Trump não quer uma reunião desperdiçada”, informou o governo norte-americano, posição que, segundo Moscou, também é compartilhada pelo Kremlin.
Ainda assim, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que os preparativos para a cúpula continuam, embora sem data definida. “É necessária uma preparação completa, e isso leva tempo. Há muitos rumores e informações falsas, mas ainda não há novidades concretas”, declarou.
O impasse diplomático ocorre após a Rússia reafirmar suas condições para um acordo de paz, que incluem o controle total da região de Donbas, no sudeste da Ucrânia — exigência rejeitada por Kiev e pelo ex-presidente americano, que sugeriu uma trégua baseada nas atuais linhas de frente.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, confirmou que as tratativas continuam e classificou o processo como “difícil, mas necessário”. “É exatamente para isso que servem os diplomatas”, disse à agência estatal RIA.