Ação “Rastro de Érebo” investiga cooperativas que atuavam em áreas de preservação nos rios Peixoto e Peixotinho
A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou nesta segunda-feira (20.10) a Operação Rastro de Érebo, com o objetivo de combater a extração ilegal de minérios em áreas de preservação permanente nos municípios de Peixoto de Azevedo e Matupá. A ação, conduzida pela Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), investiga crimes ambientais cometidos por cooperativas e balseiros que exploravam de forma clandestina os rios Peixoto e Peixotinho.
Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em cooperativas de Peixoto de Azevedo que operavam sem licença ambiental emitida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). A decisão judicial também determinou o bloqueio das atividades, interdição dos empreendimentos, proibição de emissão de notas fiscais e até a inutilização de balsas quando não for possível removê-las. O descumprimento das medidas pode gerar multa diária de R$ 10 mil.


A operação foi realizada por vias fluvial, aérea e terrestre, envolvendo 41 profissionais e apoio de 13 viaturas, um helicóptero e cinco embarcações. Participaram equipes da Dema, Core, Delegacia Regional de Sinop, Ciopaer, Bope, Politec, Sema e Ibama, em uma ação conjunta para conter os danos ambientais.
As investigações começaram em junho deste ano, após denúncias de degradação ambiental provocada pela mineração ilegal. Segundo a Dema, o garimpo clandestino vem comprometendo o equilíbrio ecológico e a qualidade da água que abastece a população local. Máquinas pesadas invadiram áreas de preservação, causando erosão, assoreamento e destruição da vegetação nativa.
De acordo com o delegado Guilherme Pompeo, a contaminação dos rios por sedimentos e metais pesados representa risco direto à saúde pública e à fauna aquática. “O uso de maquinário pesado agravou a erosão e alterou o curso natural dos rios, deixando o ambiente em desequilíbrio”, explicou.


A delegada titular da Dema, Liliane Murata, destacou a complexidade da operação. “Nosso objetivo é reduzir os danos ambientais, proteger a saúde da população e restaurar a segurança ambiental. O uso sustentável dos recursos naturais gera benefícios; o uso ilegal causa prejuízos sociais, econômicos e ambientais”, afirmou.
O nome da operação faz referência à figura mitológica Érebo, que simboliza as trevas e o desconhecido. “Rastro de Érebo” representa a busca por rastros deixados pela exploração clandestina em locais ocultos e de difícil acesso, onde a escuridão da ilegalidade ameaça o equilíbrio ambiental.



