Egito sedia negociações com mediação dos EUA e Catar, enquanto ataques seguem em Gaza
Tanques, barcos e jatos israelenses bombardearam diversas áreas da Faixa de Gaza nesta terça-feira (7), no dia em que o conflito entre Israel e Hamas completa dois anos. Mesmo com as negociações em andamento, não houve trégua para os palestinos.
No Egito, seguem as conversações sobre um plano de cessar-fogo apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o objetivo de encerrar o conflito. As discussões começaram na segunda-feira (6), em Sharm el-Sheikh, e tratam de temas centrais como a retirada das tropas israelenses de Gaza e o desarmamento do Hamas.
O Catar, que atua como mediador junto aos EUA e ao Egito, afirmou que ainda há muitos detalhes a serem definidos. Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Majed al-Ansari, o plano conta com 20 pontos que precisam ser ajustados na prática. Ele destacou que a entrega dos reféns capturados em 2023 seria o passo decisivo para o fim da guerra.
Enquanto isso, moradores de Khan Younis, no Sul de Gaza, e da Cidade de Gaza, no Norte, relataram intensos bombardeios por terra, mar e ar. Militantes do Hamas também lançaram foguetes contra o território israelense, acionando sirenes de alerta.
Em Israel, o aniversário do ataque de 7 de outubro de 2023 foi marcado por homenagens emocionadas. Familiares e sobreviventes se reuniram em locais como o festival de música Nova — onde 364 pessoas foram mortas — e na Praça dos Reféns, em Tel Aviv.
Desde o início da guerra, mais de 67 mil palestinos foram mortos, quase um terço deles menores de idade, segundo autoridades de saúde de Gaza. No mês passado, uma comissão da ONU classificou as ações israelenses como genocídio — acusação rejeitada por Israel.
“Faz dois anos que vivemos com medo, horror, deslocamento e destruição”, desabafou Mohammed Dib, morador de Gaza de 49 anos, que ainda sonha com o fim do conflito.

