Eduardo Bolsonaro é alvo de quatro representações que pedem cassação do mandato
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou nesta sexta-feira (15) ao Conselho de Ética 20 representações por quebra de decoro parlamentar contra 11 deputados, incluindo quatro pedidos que solicitam a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Além de Eduardo, também foram alvos de representações os deputados André Janones (Avante-MG), Gustavo Gayer (PL-GO), Lindbergh Farias (PT-RJ), Gilvan da Federal (PL-ES), delegado Éder Mauro (PL-PA), Guilherme Boulos (PSOL-SP), José Medeiros (PL-MT), Sargento Fahur (PSD-PR), Kim Kataguiri (União-SP) e Célia Xakriabá (PSOL-MG).
Eduardo Bolsonaro sob investigação
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro é acusado de obstrução à Justiça e coação no curso de processo judicial no Supremo Tribunal Federal (STF). Licenciado do cargo e atualmente nos Estados Unidos, Eduardo passou a defender sanções econômicas contra o Brasil e autoridades brasileiras.
Três representações do PT e uma do PSOL o acusam de atentar contra a soberania nacional. Segundo o PT, Eduardo teria buscado retaliações a membros do Judiciário, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal contra Jair Bolsonaro e do inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado.
Eduardo alega ser alvo de perseguição política. Ele afirma que as sanções impostas pelos EUA só serão revistas caso seja aprovada uma “anistia geral e irrestrita” a condenados pelos atos golpistas de 2022.
A defesa da anistia foi uma das bandeiras da oposição durante o motim parlamentar na primeira semana de agosto, quando deputados chegaram a travar os trabalhos legislativos.
Em entrevista à GloboNews, Hugo Motta reforçou que não pautará o projeto sem consenso entre os líderes partidários:
“Não há ambiente na Casa para uma anistia ampla, geral e irrestrita. Não é razoável anistiar quem planejou matar pessoas”, afirmou.
Enquanto isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro é acusado pela PGR de liderar uma tentativa de golpe ao pressionar os comandantes militares para anular as eleições de 2022. Investigações da Polícia Federal identificaram planos para prender e até matar autoridades do país. O STF marcou para 2 de setembro o julgamento do caso.

