Fundador da Ultrafarma é preso em operação contra esquema de corrupção na Sefaz-SP

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Operação desarticulou esquema envolvendo auditores-fiscais paulistas

Sidney Oliveira, dono e fundador da Ultrafarma, foi preso temporariamente nesta terça-feira (12) em uma ação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) que desarticulou um esquema de corrupção envolvendo auditores-fiscais da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP). Também foram detidos Mario Otávio Gomes, diretor do grupo Fast Shop, e os auditores fiscais Artur Gomes da Silva Neto e Marcelo de Almeida Gouveia.

A operação cumpriu 19 mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens dos investigados. A apuração, iniciada há seis meses, revelou que o esquema operava desde 2021, com indícios de que atividades ilícitas podem ter começado antes.

Segundo o MP, os empresários pagavam propina para que os auditores facilitassem e aprovassem o ressarcimento de créditos de ICMS junto à Sefaz-SP, procedimento normalmente complexo e demorado para as empresas varejistas. O auditor Artur Gomes da Silva Neto atuava como “cérebro” do esquema, aprovando os créditos sem revisões e liberando valores superiores aos devidos em prazos acelerados. Estima-se que ele tenha recebido cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021.

O promotor João Ricúpero destacou que o esquema envolvia pagamentos milionários a uma empresa registrada no nome da mãe do auditor, que antes de 2021 não possuía atividade operacional e depois passou a receber grandes quantias da Fast Shop, chegando a R$ 60 milhões em 2022 e totalizando cerca de R$ 1 bilhão em valores brutos.

A investigação ainda aponta para possível participação de outras empresas varejistas e auditores fiscais no esquema, com diligências em andamento para identificar novos envolvidos. Foram apreendidas esmeraldas, dinheiro em espécie e valores em criptomoedas ligados aos investigados. Também foram presas duas contadoras que auxiliavam nos pedidos fraudulentos de ressarcimento.

A Secretaria da Fazenda de São Paulo informou que colabora com as investigações por meio da Corregedoria da Fiscalização Tributária, instaurou procedimento administrativo para apurar a conduta dos servidores e solicitou ao MP o compartilhamento de informações do caso.

A Fast Shop declarou que está colaborando com as autoridades, apesar de ainda não ter tido acesso ao conteúdo da investigação.

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