Suspeitos pela morte de Heloysa Maria serão investigados por feminicídio

0
569

Apurações apontam que o roubo foi cometido para mascarar a verdadeira intenção dos suspeitos de matar mãe e filha

Quatro pessoas envolvidas no assassinato e na ocultação do corpo da adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, serão investigadas pelo crime de feminicídio. O padrasto da jovem, B.A.S., de 40 anos, e seu filho G.B.J.L.S., de 18, também responderão por roubo majorado, ocultação de cadáver e corrupção de menores. Já os adolescentes J.V.P.B., de 16 anos, e J.L.F.G., de 17, responderão por atos infracionais equivalentes aos mesmos crimes.

A Polícia Civil ouviu os suspeitos na Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DERFVA). Segundo o delegado Guilherme Bertoli, o padrasto foi o mentor do crime, simulando um roubo para encobrir os verdadeiros motivos. Ele teria chamado o filho e dois adolescentes para executarem não só Heloysa, mas também sua mãe.

O crime aconteceu no início da noite, quando B.A.S. foi à casa da namorada acompanhado dos demais suspeitos. Heloysa foi morta antes da chegada da mãe. A perícia confirmou que a adolescente sofreu múltiplas agressões e foi morta por estrangulamento com um cabo de celular. Apesar de saber da morte da enteada, o padrasto saiu do local alegando compromisso profissional.

Mais tarde, a mãe da vítima chegou acompanhada de uma amiga e um bebê. Ela foi agredida e levada para um quarto sem saber que a filha já estava morta. A amiga foi poupada por estar com a criança no colo. Os criminosos retiraram o corpo da adolescente da casa após esse momento.

A investigação teve início com uma chamada sobre um roubo com refém. A denúncia dizia que a adolescente havia sido levada no carro da mãe, um HB20, junto com objetos como TV, celulares, roupas e dinheiro. Com base nessa informação, a Polícia Civil e a Polícia Militar iniciaram um trabalho conjunto de inteligência, que envolveu o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e o uso de câmeras do programa Vigia Mais.

O veículo da vítima foi localizado no bairro Ribeirão do Lipa com dois suspeitos. Um deles, de 16 anos, conseguiu fugir inicialmente, mas o outro, de 17, foi apreendido. Com ele estavam pertences roubados. O adolescente confessou o crime e apontou o padrasto como mandante.

Simultaneamente, o corpo de Heloysa foi encontrado em um poço de cerca de 9 metros de profundidade, em uma área de mata no mesmo bairro. O Corpo de Bombeiros realizou a retirada do corpo.

Imagens de segurança mostraram apenas a entrada do padrasto na residência e nenhum sinal de arrombamento, o que reforçou as suspeitas. B.A.S. foi detido na UPA Leblon, onde acompanhava a mãe de Heloysa, ainda se recuperando das agressões.

Todos os envolvidos sabiam que a vítima seria assassinada e, por isso, mesmo não convivendo com ela, serão indiciados por feminicídio. Segundo o secretário-adjunto de Integração Operacional da Secretaria de Estado de Segurança Pública, coronel Fernando Galindo, a rápida atuação conjunta das forças de segurança foi fundamental para a resolução do caso em menos de 24 horas.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here