Audiência pública debate concessão das ferrovias Fico e Fiol à iniciativa privada

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Na manhã de sexta-feira (14), o Hotel Fazenda Mato Grosso, em Cuiabá, foi palco de uma audiência pública para apresentação e debate do projeto de concessão das ferrovias Integração Centro-Oeste (Fico) e Integração Leste-Oeste (Fiol) à iniciativa privada. As propostas fazem parte das prioridades do Novo PAC do governo federal.

Os deputados Dr. Eugênio (PSB) e Wilson Santos (PSD) representaram a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) na discussão. Dr. Eugênio defendeu o desmembramento da concessão da Fico e da Fiol, argumentando que as ferrovias possuem funções distintas e não deveriam estar atreladas no processo licitatório. Segundo ele, a Fico é essencial para a logística de exportação de grãos de Mato Grosso, especialmente na região do Vale do Araguaia.

O prefeito de Lucas do Rio Verde, Miguel Vaz (Cidadania), destacou a importância da ferrovia para o médio-norte mato-grossense, uma das regiões que mais produzem grãos no Brasil. Ele ressaltou que a expansão da Fico poderá direcionar a produção para diferentes portos, como o de Ilhéus (BA), e contribuir para o escoamento da crescente safra nacional.

O deputado Wilson Santos manifestou preocupação com a continuidade dos trilhos de Água Boa até Lucas do Rio Verde, uma vez que os recursos garantidos atualmente cobrem apenas o trecho inicial da obra. Ele enfatizou que a expansão até Vilhena (RO) é estratégica para o desenvolvimento de Mato Grosso e do Centro-Oeste.

Marcelo Fonseca, superintendente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), explicou que os estudos de viabilidade já foram realizados e que a audiência pública serve para refinamento do projeto. Ele revelou que a concessão das ferrovias prevê um investimento de aproximadamente R$ 30 bilhões ao longo de 35 anos, com expectativa de leilão no início de 2026 e assinatura do contrato ainda no mesmo ano.

A Ferrovia de Integração Centro-Oeste ligará Mato Grosso à Ferrovia Norte-Sul, ampliando a infraestrutura logística para o agronegócio. Com cerca de 2,7 mil quilômetros de extensão, o projeto interligará Bahia, Tocantins, Goiás e Mato Grosso, facilitando o escoamento de soja, milho, fertilizantes e outras commodities.

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