Javier Milei resiste à tributação dos super-ricos no G20

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A Argentina se tornou uma dor de cabeça na negociação da declaração final que será assinada pelos chefes de Estado no Rio, na semana que vem.

O governo de Javier Milei está não só resistindo à inclusão da tributação dos super-ricos no texto final das negociações do G20, como também busca reverter os termos já acordados em outubro, durante a reunião em Washington, com os ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais.

A taxação dos super-ricos é um dos principais pontos da agenda do Brasil, que lidera o encontro do G20 no Rio de Janeiro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou seu apoio à proposta, e o presidente Lula também busca avançar na pauta, considerando-a uma forma de suavizar o impacto do ajuste fiscal. A ideia é reforçar a mensagem de que todos devem contribuir com o ajuste, incluindo os milionários, por meio de uma tributação maior.

Além da resistência à taxação dos super-ricos, a Argentina também está se opondo a declarações específicas sobre gênero e meio ambiente. Milei, um negacionista climático, retirou a delegação argentina da COP29, que discute o clima no Azerbaijão, e se recusou a assinar, em outubro, o texto negociado sobre igualdade de gênero. Nos últimos dois dias de encontros, a resistência argentina tem se intensificado, especialmente após a vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos, o que fortalece a agenda extremista de Milei.

Nesta quinta-feira (14), Milei se encontrou com Trump em um jantar de gala em Mar-a-Lago, Flórida, sendo o primeiro líder estrangeiro a se reunir com o ex-presidente republicano.

O governo de Milei também fez mudanças em sua equipe externa, demitindo a chanceler Diana Mondino e nomeando Gerardo Werthein, embaixador nos Estados Unidos, como novo responsável pela pasta.

A aprovação da declaração final do G20 depende da concordância de todos os países membros, com a Argentina podendo escolher se assina o documento ou se se opõe ao seu conteúdo.

O texto acordado em Washington mencionava a taxação dos super-ricos, destacando a necessidade de um sistema tributário mais justo e eficiente. A declaração dizia: “Continuaremos a trabalhar juntos em direção a um sistema tributário internacional mais justo, inclusivo, estável e eficiente, reafirmando nosso compromisso com a transparência tributária e fomentando o diálogo global sobre tributação efetiva, incluindo de indivíduos com patrimônio líquido ultra-alto, entre outras questões”.

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