O jornalista, locutor e apresentador Cid Moreira faleceu nesta quinta-feira (03), aos 97 anos, no Rio de Janeiro. Internado há algumas semanas no Hospital Santa Tereza, em Petrópolis, para tratar uma pneumonia, ele não resistiu e morreu devido a insuficiência renal crônica.
Com uma carreira que marcou a história da televisão brasileira, Cid Moreira se tornou o rosto mais conhecido do Jornal Nacional, da Rede Globo, sendo o primeiro apresentador do noticiário que por décadas liderou a audiência no país.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou sua tristeza em uma nota oficial, lamentando a morte do apresentador. “Com tristeza, o Brasil se despede hoje de uma das personalidades mais emblemáticas da história do nosso jornalismo e televisão. Meus sentimentos aos familiares, amigos, colegas e admiradores de Cid Moreira. Seu legado no jornalismo e na televisão brasileira será eternamente lembrado”, declarou o presidente.
Cid Moreira, que completou 97 anos no último domingo, apresentou o Jornal Nacional cerca de oito mil vezes ao longo de sua carreira. Sua voz inconfundível, grave e poderosa, também se destacou na gravação de salmos bíblicos, iniciada nos anos 1990, e na leitura completa da Bíblia, em 2011.
Nascido em Taubaté, São Paulo, em 1927, Cid começou sua trajetória profissional no rádio aos 17 anos, na Rádio Difusora de Taubaté. Posteriormente, atuou na Rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade em São Paulo, antes de se consolidar no Rio de Janeiro.
Carreira no Jornalismo
No Rio de Janeiro, Cid Moreira trabalhou como locutor na Rádio Mayrink Veiga e, em 1963, estreou como locutor de notícias no Jornal de Vanguarda, da TV Rio. Em setembro de 1969, durante o regime militar, ele foi o apresentador da primeira transmissão do Jornal Nacional, ao lado de Hilton Gomes.
Ainda em 1969, Cid Moreira leu ao vivo a carta dos grupos ALN e MR-8 que reivindicava a libertação de 15 presos políticos em troca do embaixador americano Charles Burke Elbrick, sequestrado no Brasil. O embaixador foi libertado após 78 horas.
Cid permaneceu na bancada do Jornal Nacional por 26 anos e deixou um legado profundo no jornalismo brasileiro, além de atuar em projetos paralelos, como no programa Fantástico, onde ficou famoso pelo quadro do ilusionista Mr. M.
Em 2010, sua esposa Fátima Sampaio Moreira lançou sua biografia, intitulada “Boa Noite – Cid Moreira, a Grande Voz da Comunicação do Brasil”, celebrando a trajetória de um dos maiores comunicadores do país.

