O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela convocou os dez candidatos à eleição presidencial para comparecer à Corte nesta sexta-feira (2), às 15h (horário de Brasília), para iniciar a apuração dos resultados da votação realizada no último domingo (28).
O TSJ aceitou um recurso apresentado pelo presidente Nicolás Maduro, que solicita uma perícia técnica completa do processo eleitoral, incluindo a apresentação das atas e documentos em posse de todos os partidos, com os dados das mais de 30 mil mesas de votação.
Em sua decisão, a sala eleitoral do TSJ afirmou que “se admite, se avoca e inicia o processo de investigação e verificação para certificar de maneira irrestrita os resultados do processo eleitoral realizado em 28 de julho de 2024”. O tribunal ressaltou seu compromisso com a paz, a democracia e a ordem constitucional da República, garantindo que a vontade dos eleitores seja devidamente protegida.
As atas dos resultados de cada urna, distribuídas aos fiscais de cada partido presentes nos locais de votação, permitem a conferência dos diferentes documentos, que incluem códigos de verificação.
Oposição
A oposição tem divulgado supostas atas na internet que mostram a vitória do candidato Edmundo González. Com base nesses dados, o governo dos Estados Unidos reconheceu a vitória da oposição.
Países como Brasil, México e Colômbia pedem a publicação dos dados detalhados e evitam reconhecer o resultado antes da auditoria, que, segundo esses países, deve ocorrer de maneira institucional.
Na madrugada da última segunda-feira (29), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou que o presidente Nicolás Maduro venceu a eleição com 51,21% dos votos, enquanto Edmundo González teria obtido 44%. No entanto, a falta de publicação dos resultados por mesa gerou questionamentos da oposição, de observadores internacionais e de diversos países.
Conforme a legislação eleitoral venezuelana, o CNE tem 30 dias para publicar os resultados no Diário Oficial do país. No entanto, as auditorias previstas após a votação ainda não foram realizadas, com o poder eleitoral do país alegando um ataque cibernético que teria atrasado o processo.