Os benefícios do uso dos remineralizadores de solo, conhecidos popularmente como pó de rocha, foram discutidos por pesquisadores, professores e estudantes de todo país durante essa semana, em Cuiabá. O evento foi realizado com o objetivo de ampliar o conhecimento acerca do tema e colocar Mato Grosso no mapa da produção desse insumo. E reuniu representantes de 33 entidades, entre elas do Serviço Geológico do Brasil, Universidades Federais de São Paulo, Catalão (GO) e Mato Grosso, Fundação Getúlio Vargas, Associação Brasileira dos Produtores de Remineralizadores de Solo e Fertilizantes Naturais e Ordem dos Advogados do Brasil.
Ao todo, 250 pessoas se inscreveram para participar do 1º Encontro Técnico Remineralizadores – A Meta é Mato Grosso Mais Sustentável, de forma híbrida, sendo presencial na Escola Técnica e Profissional de Cuiabá (ETE/SECITECI). E online pelo Youtube, as transmissões dos dois dias contabilizaram mais de 1.300 visualizações. O evento representa a ampliação de metas do projeto Garimpo Sustentável, que busca soluções socioeconômicas e ambientais para o garimpo artesanal de Mato Grosso, e é realizado desde 2021 pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC), via Companhia Mato-grossense de Mineração (METAMAT), em parceria com a Central das Organizações do Estado de Mato Grosso (Cordemato). E também de um projeto de pesquisa de remineralizadores, realizado na METAMAT.
““Essa questão de mineração é um dos nossos principais focos e, por meio de um projeto como esse, com trabalho técnico testado e comprovado, podemos melhorar a sustentabilidade da mineração. Utilizar rejeitos para mineralizar o nosso solo e aumentar a produtividade significa que estamos juntando três grandes segmentos econômicos, agricultura, pecuária e mineração, para trabalhar em conjunto e demonstrar ao país e ao mundo que aqui é o lugar de produzir com sustentabilidade, competência e oportunidade”, explicou o secretário de Desenvolvimento Econômico, César Miranda.
A fala do secretário é avalizada pelo professor e pesquisador da Universidade Federal de Catalão, em Goiás, Antônio Zamuner, que destaca a importância de Mato Grosso inserir essas soluções inovadoras nos setores produtivos da mineração e do agronegócio. “Por conta da liderança do Estado em diversas commodities, como carne e soja, esse investimento irá repercutir no estado e no país como um todo, e a realização do evento demonstra esse movimento em entender a necessidade e a missão”.
O professor é um dos principais pesquisadores do tema, e Goiás é o segundo estado que mais produz remineralizadores, ficando atrás apenas de Minas Gerais, enquanto Mato Grosso sequer figura nessa lista.
O Encontro reuniu dois pioneiros na produção de insumos que são tema do evento. Na Baixada Cuiabana, o Paulo Teodoro já fabrica organominerais certificados. O empresário conta que produz a compostagem, nos quais adiciona rejeitos de mineração, e transforma no organomineral. Enquanto Luis Otávio Pereira, produtor rural no município de Juara, identificou em sua propriedade uma rocha com interesse agronômico, e está desenvolvendo estrutura para extração e beneficiamento, do pó de rocha, com o potencial de migração para categoria de remineralizador, e ser o primeiro do estado.
