Documentário na Disputa por Melhor Filme Internacional
A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais revelou hoje, em 12 de setembro, que o filme “Retratos Fantasmas”, dirigido por Kleber Mendonça Filho, foi eleito como a representação do Brasil na busca por uma vaga na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2024.
Esta seleção foi o resultado de uma competição acirrada entre seis filmes, previamente escolhidos pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, a partir de um grupo de 28 longas-metragens brasileiros. Além de “Retratos Fantasmas”, estavam na corrida os filmes “Estranho Caminho”, dirigido por Guto Parente; “Noites Alienígenas”, de Sergio Carvalho; “Nosso Sonho – A História de Claudinho e Buchecha”, de Eduardo Albergaria; “Pedágio”, dirigido por Carolina Markowicz; e “Urubus”, dirigido por Claudio Borrelli.
Ilda Santiago, presidente da comissão de seleção, observou que a escolha foi fruto de um debate democrático e representativo, dada a diversidade e qualidade dos filmes em consideração.
É importante ressaltar que a seleção como representante do Brasil no Oscar não garante automaticamente uma indicação ao prêmio. Cada país indica um filme como seu representante, e o Oscar faz uma pré-seleção a ser anunciada em 21 de dezembro. A lista final dos filmes que competirão no Oscar será anunciada em 23 de janeiro de 2024, e a cerimônia de premiação está programada para 10 de março de 2024.
Esta é a segunda vez que o diretor Kleber Mendonça Filho tem um de seus filmes escolhidos para representar o Brasil no Oscar, sendo “O Som ao Redor” a indicação anterior em 2013. Ele é também conhecido por seus trabalhos em filmes como “Bacurau” e “Aquarius”.
Vale lembrar que o último filme brasileiro a conquistar uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Filme Internacional foi “Central do Brasil”, dirigido por Walter Salles. Contudo, “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, recebeu uma indicação na categoria de Melhor Documentário em Longa-Metragem em 2020.
O primeiro filme brasileiro a concorrer na categoria de Melhor Filme Internacional foi “O Pagador de Promessas”, dirigido por Anselmo Duarte, que já havia conquistado a Palma de Ouro no Festival de Cannes em 1962. Isso aconteceu em 1963. Antes disso, “Orfeu Negro”, baseado na peça “Orfeu da Conceição” do poeta brasileiro Vinícius de Moraes e dirigido pelo francês Marcel Camus, venceu a categoria de Melhor Filme Estrangeiro em 1960, mas a premiação foi atribuída à França, a representante oficial do filme, apesar de grande parte do elenco e das locações serem brasileiros.
Outros filmes brasileiros que receberam indicações ao Oscar incluem “O Quatrilho”, de Fábio Barreto (1996); “O Que É Isso, Companheiro?”, de Bruno Barreto (1998); e “Central do Brasil”, de Walter Salles (1999). No entanto, nenhum deles conseguiu garantir a estatueta.
Embora o Brasil tenha recebido várias indicações ao Oscar em diferentes categorias, como animação, canção, atriz, direção, fotografia e roteiro adaptado, entre outras, ainda não conquistou o prêmio mais prestigioso do cinema mundial.